3.5.11

"well, I've changed."

não. não foi só o corte de cabelo que em mim mudou. o que são quinze centímetros de cabelo numa vida? (pronto, até estou um bocado arrependida e com saudades do meu querido cabelo comprido mas, esqueçamos)
não foi só o meu gosto musical que mudou. não foram só as roupas que deixei de usar. não foram só as calças que decidi cortar. não foi só o meu gosto alimentar que mudou. não foi só a minha paixão pelo piano que cresceu, e não foi só o  centímetro que cresci num ano, que me fez mudar. não!
se eu reflectir cuidadosamente, houve tanta coisa que eu mudei em prol da minha felicidade. e ninguém imagina o quão alegre me sinto comigo mesma, agora. há um ano atrás, eu não sabia nada comparativamente com aquilo que sei hoje. e hoje, não sei nada comparativamente com aquilo que saberei amanhã, e nos dias que se seguem.
eu posso ter cortado o cabelo, rasgado as meias, cortado as calças, deitar pró lado aquilo que já não fazia falta, posso ter ficado obcecada por queijo e tostas-mistas, posso ter parado de beber leite (definitivamente), posso ter começado a desleixar-me na maquilhagem, posso ter mudado imensas coisas, mas isto não passam de futilidades. eu mudei as minhas futilidades, e passei a ter outras. eu mudei a pessoa que era, e posso não me ter tornado em alguém melhor - porque até tenho pisado o risco - mas pior do que aquilo que eu era, tenho toda a certeza que não me tornei.
e o melhor, é que os meus amigos pensam que eu sou a mesma menina ingénua do passado, que acreditava em tudo o que lhe contavam, que ligava ao que diziam, que mentia a si mesma, que se deitava abaixo nos problemas mais insignificantes (...) não, eu já não sou a mesma. e, sinto-me muito orgulhosa por ter os defeitos que hoje tenho. sim, porque eu adquiri certos defeitos. mas são coisas controláveis; posso dizer que agora consigo agir conforme a minha cabeça, e já não olho a meios que dantes olhava. se me magoam, eu não me vou calar! não, nunca mais! 
é tão bom dizer isto. e é tão satisfatório sentir-me assim. é provável que haja pessoas a quem eu vou sempre dizer que sim, e que nunca serei capaz de deixar para trás... mas, será que aqueles que se acham muito para mim o são? será que agora não sei usar as coisas a meu favor? será que aqueles que se consideram tão indispensáveis para a minha vida, o são realmente?
é bom não ser dependente de causas perdidas. 
já aprendi muita coisa e quero aprender muito mais. quero bater mais vezes com a cabeça, para poder dizer "autch, tenho mais isto, e isto, e isto, para mudar". porque nós temos de saber mudar. hoje, relembro as palavras de um amigo: Marta, tu tens o poder de mudar. tu és um ser racional, podes mudar em função daquilo que queres ser, e daquilo que te faz feliz.
e hoje, dou-lhe toda a razão. há coisas que nascem connosco, e é quase impossível mudarmos, mas há outras características que podemos mudar. o ser-humano é totalmente controlável. nós podemos fazer o que quisermos, ser quem nós quisermos: basta esforçar-nos para o objectivo. porque se há coisa que hoje sei é que: sem objectivos, o nosso mundo pára, estaca ali, não avança! 
se esquecermos o objectivo de ser feliz, então nunca vamos conseguir sê-lo. 
eu desejei tanto mudar, esforcei-me tanto para isso, que finalmente tenho a consciência de que, hoje sou quem quero ser!
para uns posso ser uma valente "merda", mas certamente, essas pessoas também o são para mim, portanto: I don't care.


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