25.3.11

drugs.


bem, hoje tive uma espécie de "discussão" com o meu pai, sobre este assunto, e fiquei verdadeiramente intrigada com aquilo que ele me disse. (até porque, as "discussões" do meu pai, por vezes parecem monólogos, visto que este quase não me deixa opinar sobre o assunto)
mas, detesto a intolerância, e de facto, o meu pai demonstrou-se deveras intolerante em certos aspectos e não resisti a intervir na sua "auto-discussão".
basicamente tudo começou quando ele se lembrou de dizer que ainda existe organizações que ajudam toxicodependentes, na sua reabilitação. e contestou-o, dizendo que achava incorrecto. eu intervim, e disse-lhe que estava em desacordo com ele. o tom de voz dele subiu ligeiramente, e a cada frase que terminava, o seu tom aumentava cada vez mais. 
ele começou por dizer que "só entra nas drogas, quem quer. só entra nas drogas aquele que não pensa nas consequências. e há aqueles que se drogam só porque está na moda, porque é "fixe fumar umas cenas"."
eu olhei-o e continuei a afirmar que estava em desacordo.
nunca o tinha visto tão perplexo a olhar para mim. olhou-me como se eu estivesse a cometer um crime. 
depois de longos monólogos em voz excessivamente alta, eu pedi-lhe para falar baixo. e comecei então a tentar mostrar-lhe a minha opinião. 
disse-lhe que sim, que existe uma grande parte (ou até talvez, a maior parte) dos toxicodependentes, que começaram a consumir por influências, ou para se mostrarem mais e melhores. (porque na consciência de alguns, por consumir drogas, já são os melhores, o que é ridículo)
mas, que também existem aqueles que entram nas drogas porque estão desesperados; porque algo de terrível possa ter acontecido nas suas vidas. nós, não andamos propriamente a perguntar a um toxicodependente, o porquê de ter começado a consumir. penso eu, que ninguém o faz. 
mas, será que as pessoas já pensaram nos motivos? e se existiram motivos, para alguém o fazer?  e se essa pessoa viu realmente na sua vida o caos, e a sua pobreza de espírito e falta de força positiva (por assim dizer) o influenciou negativamente a isso?
será que o meu pai já tinha pensado nisso?
ainda hoje, uma rapariga da minha turma, apresentou um livro sobre isso. falava num médico que perdeu toda a família, e "meteu-se na droga". ele certamente pensava "não tenho mais nada a perder".
eu disse tudo isto ao meu pai, e ele, de forma autoritária, (só mesmo para não dar o braço a torcer) disse-me: isso é um em mil.
e eu perguntei-lhe se alguma vez lhe tinha dito o contrário.
ele calou-se.
depois disto, eu perguntei-lhe se ele concordava que ajudássemos essas pessoas, se concordava que ajudássemos para a reabilitação de toxicodependentes que começaram a consumir droga por casos deste tipo, e ele disse que concordava, e eu perguntei-lhe: então porque não concordas que ajudemos todos os toxicodependentes, seja por qual motivo for?
e ele voltou a dizer-me que "eles entram porque querem".
eu chamo-lhe descriminação, ele chama-lhe "ser racional".
eu chamo-lhe intolerância, ele não disse mais nada.
sinceramente, fiquei a perguntar-me se sou eu que estou errada ou ele. nenhum de nós cedeu, e sei que esta discussão, iremos tê-la inúmeras vezes. mas, gostava de saber o que está eticamente correcto. é fácil falarmos e filosofarmos, mas na hora da verdade. é o caso do meu pai, às vezes não sabe argumentar o que diz. 
mas e se os meus argumentos não são válidos em relação a este assunto?
bem, não sei. acho que vou tentar discutir isto com outra pessoa.
é sempre bom ter opiniões diversas sobre um determinado tema, e isto chamou-me a atenção.
eu sou contra o consumo de drogas. digam não a isso, por favor. era realmente bom saber que a existência destas se expirasse.

1 comentário:

  1. - ser dependente das drogas deve ser mesmo mau o:
    - uma pessoa torna-se totalmente dependente daquela merda! :o

    ResponderEliminar