13.5.11

a clock.

hoje, a única coisa que pediria (se pudesse pedir algo, ou tivesse alguém que me concedesse tal desejo) seria: uma hora.
a única coisa que eu realmente queria, era que o mundo parasse completamente durante uma hora, e todos ficassem paralisados, que nem estacas. 
todos, menos eu.
gostava de puder aproveitar essa hora para reflectir naquilo que já está mais que reflectido mas que ainda necessita outra reflexão; gostava de puder aproveitar essa hora, para relembrar momentos sem qualquer tipo de julgamentos; gostava de puder aproveitar essa hora para ler nos olhos do povo, aquilo que eles dizem e eu não consigo entender.
talvez seja isso que eu precise neste momento: saber mais sobre aquilo que já sei mas que ainda não chega.
a minha cabeça está a autêntica bagunça! não, não é o meu coração que está confuso; é mesmo o meu cérebro que está numa mistura de pensamentos, e isto, resulta num não-saber ao certo o que é esta sensação. sim, porque a isto não se pode chamar de sentimento. eu sei aquilo que sinto por quem sinto, ou melhor: eu sei aquilo que não sinto, e talvez sinta (por vezes) falta de sentir.
hoje só sei, que o que ontem sabia já nem sei. tudo isto porque o ser-humano é tão inconstante, e os que nos rodeiam, nos tornam ainda mais duvidosos da sua inconstância. e tal, por vezes é controlável, como pode não ser! pois, nem sempre pensamos nas consequências dos nossos actos, e se pensamos... pensamos demais. por norma costumo pensar naquilo que vou fazer, porque se não pensar corro sempre o risco de me arrepender... mas na realidade, também são muitas as vezes que me arrependo por pensar tanto. acho que o meu medo de magoar os outros é tanto, que eles acabam por me magoar a mim. 
eu não gosto deste termo: magoar as pessoas; porque quando alguém nos deixa tristes, não nos aparece uma ferida na perna, como em tempos nos aparecia, quando tropeçávamos nos atacadores, ou quando caíamos do baloiço... acho que a ferida desta mágoa de que falo, é bem mais profunda... porque uma vez que caiamos ao chão, podemos sempre levantar-nos, e mesmo que pequenas lágrimas nos rolem pela cara, acaba por passar, e uma semana depois, a ferida cicatriza e já nem nos lembramos do que acontecera. 
agora... quando alguém nos deixa cair, podemos conseguir levantar-nos, mas é muito mais difícil aguentar de pé. e essa ferida... podemos perdoar a quem a provocou... mas nunca se esquece. permanece connosco, sempre. 
é muito mais fácil fazer uma pessoa sofrer, do que fazer uma pessoa feliz. eu acho.
pelo menos, aqueles que me são próximos, continuam a percorrer o caminho mais fácil.
é que... por vezes, eu só precisava de um abraço! por vezes, eu ficaria feliz se me abraçassem com força, e me fizessem sentir que me amam. bastava-me isso! 
eu não preciso de alguém que me diga que "tudo vai correr bem", eu preciso de alguém que chore comigo, alguém que sorria comigo, alguém que me dê um beijo na testa quando chega ao pé de mim.
eu não consigo perceber. as pessoas são cada vez mais frias, são cada vez mais egoístas e narcisistas! às vezes, gostava de ser assim. embora que, acho que teria vergonha de ser assim. eu posso ser muito arrogante, mas ninguém me pode acusar de não dar o carinho que os meus amigos necessitam, e ninguém me pode acusar de lhes faltar amor pela minha parte!
mas se calhar, o problema está em mim, e eu estou a julgá-los mal. se calhar, eu é que sou exigente demais. 
eu não posso dizer que as pessoas não me proporcionam momentos felizes, porque estaria a mentir. mas, nem tudo é um mar-de-rosas, e eu tenho de me habituar ao tudo e ao nada.
por favor querido relógio, pára durante uma hora, e deixa-me correr até todos eles, só para poder dizer-lhes que os amo, e que não os quero perder. deixa-me, poder mostrar-lhes sem eles ver.
sempre disse e digo: sentir que nos amam, é bom. mas melhor que isso, é saber sem ter de olhar. o amor, pode sempre iludir os nossos olhos, mas nunca nos ilude o coração.

1 comentário:

  1. «a minha cabeça está a autêntica bagunça! não, não é o meu coração que está confuso; é mesmo o meu cérebro que está numa mistura de pensamentos, e isto, resulta num não-saber ao certo o que é esta sensação. sim, porque a isto não se pode chamar de sentimento. eu sei aquilo que sinto por quem sinto, ou melhor: eu sei aquilo que não sinto, e talvez sinta (por vezes) falta de sentir.»

    gosto tanto!

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